Os efeitos do estresse pelo Coronavírus na pele e nos cabelos

Por Pargendler

O estresse causado pela pandemia do novo Coronavírus é, definitivamente, inevitável. Diariamente somos bombardeados com informações, muitas das quais assustadoras, que acabam gerando muitas aflições. Além disso, também temos o medo do caos, a redução na renda familiar e as incertezas em relação ao nosso futuro. Tudo isso pode funcionar como gatilho para o surgimento ou agravamento de algumas doenças da pele e dos cabelos.

Uma das queixas mais frequentes associadas ao estresse é a queda de cabelo. O folículo pilosebáceo é um anexo cutâneo que segue um ciclo com três fases: crescimento (anágena), transição (catágena) e repouso ou terminal (telógena), seguindo nesse ciclo contínuo durante toda a vida.

Numa situação normal, cerca de 80- 85% dos cabelos do couro cabeludo estão na fase de crescimento e 15-20% estão na fase terminal. Em situações de estresse muito significativo, o ciclo pode ser alterado, passando mais rapidamente para a fase de queda – muitas vezes “pulando” a de transição.

Assim, muitos fios de cabelo, que estavam na etapa de crescimento, entram precocemente na fase de repouso e caem de 30 a 90 dias depois. Essa queda, chamada de eflúvio telógeno, é difusa e pode causar temor. Porém, é importante frizar que um fio na fase terminal só cai quando um novo já está pronto para nascer, então não há necessidade de pânico: os fios entrarão em fase de crescimento novamente e o ciclo capilar vai se reestabilizar.

Outra manifestação que pode surgir ou ser agravada pelo estresse é a dermatite seborreica. A patologia compromete principalmente o couro cabeludo – conhecida popularmente como caspa –, promovendo descamação e coceira no local. Além disso, pode piorar a queda de cabelo. O quadro pode ser tratado com corticoides tópicos e xampus antiseborreicos e antioleosidade.

Doenças inflamatórias como psoríase, dermatite atópica e até mesmo a acne também podem ser desencadeadas pelo estresse. Assim como doenças auto-imunes, a exemplo do vitiligo e da alopécia areata.

Enfim, essas são apenas algumas doenças de pele e dos cabelos que podem ser desencadeadas pelo estresse, mas existem muitas outras. Na dúvida, conversem sempre com o seu dermatologista!